Continuando nosso papo sobre "intestinos preguiçosos", retomamos uma informação lá do início, quando dissemos que entre as principais causas de constipação está o uso excessivo de laxantes.
E por quê? Bem, dentro de nosso intestino, e em especial no cólon, há alguns bilhões de serezinhos microscópicos que compõem a chamada microflora* intestinal, subdividida de modo simplificado na microflora benéfica e... um certo pessoalzinho indesejado, responsável por diarréias, infecções, danos ao fígado, cânceres e putrefação do intestino, os patógenos.
Embora possam dobrar a população a cada 15 minutos se bem adaptados e nutridos, haverá entre eles uma competição por alimentos e demais condições de vida, sendo que melhor sobreviverão aqueles mais favorecidos pelos nossos hábitos alimentares. Só a título de exemplo, quanto mais proteínas tiver uma alimentação, mais se estimulará a população dos putrefativos. E ainda, se o bolo não for macio, volumoso e portanto não "andar pra frente", a coisa fica lá à vontade pra eles crescerem, produzindo toxinas que enfim serão absorvidas pelo nosso organismo.
A microflora benéfica, composta principalmente de bifidobactérias e lactobacilos, ao contrário, é favorecida pela presença das fibras – em especial as solúveis -, pois as fermentam e as aproveitam. Em retorno, seu aumento inibe o crescimento das bactérias danosas, estimula as funções imunológicas, melhora a digestão e absorção de nutrientes essenciais e a síntese de vitaminas.
Ao reconhecer a importância da microflora benéfica, compreende-se porque não é recomendável o uso sistemático de laxantes pois eles, ao desrespeitarem os movimentos naturais do intestino, muitas vezes promovendo a inversão da pressão osmótica nas paredes intestinais, saem "lavando" tudo e acabam por remover ou empobrecer muito a microflora benéfica, cujo restabelecimento é tão importante quanto difícil.
Assim, convencida de que a manutenção da microflora intestinal é uma das portas da saúde, há tempos a indústria da alimentação vem se esforçando no sentido de oferecer alimentos com propriedades probióticas e prebióticas, assunto da nossa próxima postagem.
*A Claudia discorda do nome "microflora", acharia mais apropriado se fosse "microfauna": coisas de uma imaginação fértil e traquina.
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