quinta-feira, 17 de maio de 2007

Porque o diabo quiz assim...

Quando eu era pequena dizia-se que tínhamos aumentado a longevidade da população em função de melhores condições de vida, que ninguém mais deveria morrer de verminoses, inflamações e infecções bobas. Os perigos seriam as doenças do coração, o câncer e outras doenças típicas da terceira idade.

O tempo passou e continuamos enfrentando os mesmos problemas, no entanto, cada vez menos associados à terceira idade e mais assombrando adultos jovens, adolescentes e até crianças. Ouço que isso é fruto do stress, que significa incapacidade do organismo de lidar com as exigências do meio.

Isso leva a duas possibilidades: o meio ambiente ficou mais agreste e/ou nosso organismo ficou menos capaz. Acredito nas duas. Quanto ao meio ambiente não posso fazer muito, mas quanto à capacidade do meu organismo, depende de cuidados pessoais. Posso então aceitar o desafio, ou lamentar a sorte.





Refinar: Tornar mais fino, delicado; apurar; aperfeiçoar


Alimentos refinados deveriam ser alimentos aperfeiçoados, deveriam dar ao organismo só aquilo que lhe interessasse, na forma em que melhor fossem absorvidos.

Pena que nossos organismos entenderam errado. Para eles, alimentos refinados são alimentos aleijados, destituídos dos componentes que lhes são mais caros... Além disso, como são absorvidos mais rapidamente, representam um problema para o próximo estágio: exigem esforço concentrado para que sejam metabolizados tão logo quanto disponíveis, fazendo todo o organismo funcionar ao trancos.

Nossas avós (ou bisavós, depende) devem se lembrar que por aqui não havia o hábito de comer pão branco, de trigo. Foi necessária muita propaganda para convencer as pessoas a comerem pão branquelo e aguado. Agora é hora de repensar nosso paladar e, pensando bem, os refinados nem são necessariamente mais gostosos. É possível encontrar integrais, macios, fofinhos, coloridos e crocantes.

O Ministério da Saúde adverte: 1 em cada 3 pés de alface é tóxico.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária divulgou o resultado de suas análises, feitas no ano passado, para acompanhamento do nível de resíduos de agrotóxicos nos alimentos. As boas notícias vêm com os resultados da batata e da laranja, mas as demais não são muito animadoras. Veja o que diz a Anvisa:

O Brasil é o
terceiro maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo. O uso abusivo de
agrotóxicos, entretanto, ameaça a saúde do consumidor e do trabalhador rural,
além de contaminar o meio-ambiente.

Depois de ler isto, ficam para mim algumas várias dúvidas:
Se 1 em cada 3 pés de alface é tóxico (ou melhor, tem resíduos tóxicos em quantidades não seguras) como será que estão as demais verduras? Couve, rúcula, chicória?
O que será que faz ficar doente mais rápido? Comer a salada do restaurante por quilo aqui perto ou não comer salada alguma?
Será que no Estado de São Paulo os alimentos são mais ou são menos contaminados que no resto do país?
Será que os cereais também estão contaminados?
Será que os cereais refinados têm menos agrotóxicos que os integrais, ou seja, será que os resíduos de agrotóxicos se concentram nas cascas desses grãos?
Porque a Anvisa não coloca logo no site o resultado completo do trabalho?
Porque o acompanhamento da Anvisa é tão pouco abrangente?
Ai, SOCORRO!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Refrigerante ou garapa?

Se você tiver pensando em trocar o refri por garapa, acho uma boa idéia, principalmente porque é tão enjoativo que não dá para tomar um copo de 700 ml. Mas lembre-se que colocar limão vai disfarçar o açúcar e permitir que se tome mais do que o saudável.

Aliás, não estou defendendo a garapa só porque ela é natural enquanto o refrigerante é artificial; não acredito nesta história de toque de Midas ao contrário, que tudo em que o homem põe a mão fica ruim. O que acontece é que não podemos contar com os milhões de anos de evolução do organismo humano para garantir o desenvolvimento de mecanismos eficientes para aproveitar e eliminar as substâncias alimentares.

Para os alimentos in natura vale a regra sgundo a qual devemos comer aquilo que nos dá prazer, enquanto que os alimentos processados e "mandraqueados' são uma verdadeira loteria, e aí...

O mais seguro é procurar imitar direitinho a boa e velha natureza.

Você sabia que...

Uma lata de refrigerante contém tanto açúcar quanto duas colheres de sopa cheias de mel ou 250 gramas de cana de açúcar.
Ou seja, cada vez que tomar uma latinha de refri, imagine comer junto duas colheradas de mel. Não seria enjoativo? Então pense se seu organismo precisava daquela energia toda. Talvez seu corpo estivesse somente com sede e precisasse de apenas... água.
Imagine agora trocar o refrigerante pelo equivalente em pedaços de cana de açúcar. Só de pensar em roer toda essa cana já faz desistir. E para o organismo as duas coisas são muito diferentes, o refrigerante fornece açúcar que estará no sangue em poucos minutos, enquanto que chupar cana é uma tarefa muuuuuuito mais demorada.

Açúcar - Uma explosão de sabor

O açúcar é a forma mais rápida, direta e eficiente de fornecer energia ao organismo, por isso é um componente valioso em uma dieta saudável. Isto é pura verdade, mas é também um excelente exemplo de como contar uma mentira usando apenas verdades. O problema está, como sempre, no exagero.

Um alimento muito purificado é de fácil absorção. Isso significa que só um pouquinho de açúcar representa uma grande quantidade de energia rapidamente liberada, faz o corpo trabalhar rápido para aproveitar logo esse 'presente'. Só que fazer isso todos os dias, acaba sendo uma sobrecarga.

A explosão de energia acaba explodindo nossa saúde. Então, devagar, o organismo pára de funcionar. Primeiro ocorre uma discreta elevação nos níveis de insulina, depois vêm as dificuldades para manter estável o nível de glicose no sangue. Neste ponto os médicos já vão diagnosticar como doença e indicar uma dieta muito restritiva para alguém que até então achava que açúcar era energia e força. A justificativa é que nesta fase qualquer quantidade de açúcar já é uma sobrecarga, e continuar forçando o organismo pode gerar sérias complicações.

Hipoglicemia, diabetes e doenças afins não são como intoxicação alimentar, em que horas depois da refeição já percebemos seus efeitos e depois tudo volta ao normal. O diabetes tipo 2 é praticamente uma conquista, resultado do abuso diário e muito treinamento para que nosso paladar acostume-se com quantidades cada vez maiores de açúcar e carboidratos refinados.

É verdade que a maioria das pessoas pode passar a vida toda com uma alimentação inadequada e não desenvolver diabetes, mas a maioria dos doentes poderia ter escapado disso e, além da possibilidade do diabetes, todos têm muito a ganhar com uma dieta mais saudável.