terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Entre a "meia" ciência e a sabedoria popular...

fico, sem dúvida, com a segunda, na maioria das escolhas diárias.

É o que me passa ao confrontar um estudo toxicológico sobre o ciclamato (adoçante artificial) com o ditado que diz: "a diferença entre o remédio e o veneno é a dose".

É certo que esse adoçante já é bem antigo, tão controverso quanto cientificamente testado, teve seu uso proibido nos Estados Unidos na década de 70, e, pensando bem, tem coisa melhor por aí...

Mas o que me interessa dizer não é isso. Interessa dizer algo acerca da disciplina da toxicologia, uma ciência que se vale do método experimental para tirar suas conclusões, por sinal muito úteis para o mundo moderno em que, com cada vez maior velocidade, são introduzidas novas moléculas no ambiente natural para que os seres as absorvam e, com elas ou diante delas, reajam.

Porém, como se pode depreender de uma rápida olhada no estudo em hiperlink, o conhecimento sobre a toxicologia de uma substância está para o homem (e também para os cientistas) assim como um elefante está para um cego: o cego apalpa o elefante, ouve o elefante, sente sua textura, pode descrevê-lo sob muitos aspectos, mas não pode compreender o elefante em toda a sua completude. (Perdoe-me, caro leitor, a metáfora tosca, mas acho que deu pra entender, certo? ;-) )

Assim são os resultados parciais dos estudos em toxicologia: cada um por si só não explica o "elefante" mas tão somente uma parte dele. E nós, caro leitor, nós leigos ou semi-leigos, que estamos do lado de cá só recebendo essas moléculas que os outros inventam, ficamos aturdidos com notícias alarmadas, às vezes entupindo nossas inocentes caixas de e-mail, noticiando que substância tal causa câncer, substância não sei qual foi proibida lá mas não cá, etc.

Não que sejam mentiras, mas devemos lembrar que isso não é tudo. Cada estudo é um pequeno tijolinho a participar da construção do conhecimento necessário para condenar ou rejeitar esta ou aquela solução engendrada para a vida moderna.

Enquanto isso, prudente é lembrar do ditado que, em minha modesta opinião, seria o "pai" dos IDA´s (Ingestão Diária Aceitável): se não se pode evitar completamente, então que seja a dose pequena.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Água, simples assim! E tim-tim.


Certa vez estive numa conferência corporativa de vendas organizada por uma importante indústria do ramo de bebidas. Dentre todas as mensagens motivacionais emanadas do principal executivo da ocasião, a que mais me marcou, e que acabei retendo, foi algo mais ou menos assim: "O brasileiro bebe em média X litros de bebidas não alcoólicas por ano. Nós podemos suprí-las, inclusive substituindo tudo o que se toma de água, pelos nossos produtos."

Bonito? Não exatamente. Empolgante, talvez... E, de certa forma, penso que ele, como executivo de vendas, tinha razão. De outro modo, como explicar a explosão - e o enorme sucesso - de bebidas gaseificadas ou não, muitas vezes adoçadas - ainda que sem adição de açúcar -, e sempre aromatizadas? Parece até que as pessoas não gostam de água e portanto... têm que disfarçar o gosto com qualquer outra coisa.
Pois nada pode substituir a água pura, limpa, livre de contaminantes químicos ou biológicos, para a manutenção da saúde humana. E o motivo é simples: há toda uma sorte de estudos relacionando a adequada hidratação à prevenção de doenças, inclusive o câncer. E, de acordo com a nossa colaboradora de outra postagem deste blog, uma ingestão diária de 30ml por kg de peso corpóreo é o mínimo desejável.
Ora, quem tem 100kg deve ingerir 3 litros de água, o equivalente a 12 copos americanos grandes; quem tem 70 kg, quase 9 copos; e assim por diante. E, convenhamos, essa não é das proezas mais simples de se realizar! Pois além de beber (lembrar, ter ao alcance, desenvolver hábito, etc.) tem-se também que dar conta da saída disso tudo.
Quando se consome água na forma de sucos, refrigerantes, chás, isotônicos, etc., o efeito é proporcionalmente menor, o que demanda ainda mais líquidos para se obter o mesmo resultado. Daí a maior vantagem da ingestão de água pura.
E pra quem pode, e consegue, as recompensas parecem ser grandes. Eu, que andei observando, vejo a diferença: debaixo do sol, após atividades extenuantes, meio litro de água faz milagres, parece que você fica novo de novo. Uma simples semaninha cumprindo a meta diária tira dores das articulações, dos rins, aumenta a disposição, melhora o sono, torna mais desperto.
Independentemente dos resultados de estudos, só pela lógica, isso faz muito sentido. Por óbvio que aumentando a limpeza orgânica, menos radicais livres, menos toxinas, menos doenças degenerativas, menor envelhecimento. Por outro lado, imagine-se o quanto de pequenas doenças sem explicação podem ter origem numa leve mas permanente desidratação?
Bem, fica lançada uma proposta para promessa de Ano Novo: beber mais água.
Feliz 2008. Tim-tim.