sexta-feira, 29 de junho de 2007

A polêmica do Aspartame

Recebi, pela enésima vez, por e-mail, um texto 'assinado' por uma suposta cientista estadunidense - cuja origem acadêmica sequer é citada - alarmando euforicamente a população contra os 'males do aspartame'.

Uma rápida busca pela internet vai revelar que este não é um nome conhecido ou listado nas sociedades técnico-científicas ou pior, esconde o(a) real autor(a). Seja como for, pseudônimos, heterônimos, fakes e nicknames no meio científico, são em verdade, e para todos os efeitos, casos de estelionato. Indignos, portanto, de crédito.

Mas como muito pouca importância se dão às fontes, muita gente ficou impressionada com o texto que atribui exclusivamente ao aspartame uma lista enorme de doenças. Difícil é saber o que ficou de fora.

É certo que para todo aditivo alimentar são feitos testes toxicológicos rigorosos que, em si, podem não ser suficientes à previsão de todos os efeitos possíveis. Porém, atribuir epidemias a uma única substância, sem considerar os demais hábitos de uma população é ainda mais temerário.

Por exemplo, um dos resultados desses estudos toxicológicos é o estabelecimento de doses seguras de ingestão. Desses estudos resultam classificações como a GRAS (Generally Recognized as Safe) e também as IDA´s (Ingestão Diária Aceitável).

Os aditivos alimentares - quando não forem GRAS - têm seu uso legalmente limitado a uma determinada porcentagem do produto alimentar. Tais limites são estabelecidos pelos órgãos de saúde tendo em vista uma expectativa razoável de consumo diário por um 'indivíduo médio' (considerada a média de peso corpóreo da população).

Agora você imagine que uma determinada população deixou de tomar água para tomar somente... refrigerantes dietéticos! Além de uma enorme quantidade de outros alimentos todos contendo quantidades pequeníssimas e limitadas da substância em questão. É por isso que qualquer pessoa sábia sempre recomenda... MODERAÇÃO!

De qualquer modo, e se persistir a dúvida ou para conhecer os limites de uso do aspartame, a Anvisa publicou informe técnico colocando um ponto-e-vírgula na polêmica. Por que não ponto final? Porque, em matéria de ciência, toxicologia e saúde humana, não há pontos finais.

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