sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Depois de um longo inverno...


Ano Novo, achei de ir pra internet procurar nosso antigo blog, que cultivamos com muito carinho para ajudar as pessoas, em busca de uma solução culinária para um bolo de fubá diet...

Passados mais de 8 anos de sua publicação, não tinha muita esperança de que ainda existisse... Que surpresa legal! Tudo no lugar, com o lindo design que a Claudia criou. (Thanks Google!)

De lá pra cá, muita coisa mudou, paramos de fabricar os produtos Claris Light, e deixamos de trabalhar o blog. Também suspendemos o sonho de permitir a todas as pessoas com alguma profissionalização em culinária, como pequenas doceiras, talvez microempreendedores individuais, a fazerem produtos de qualidade para seus clientes, através do projeto Eu, Confeiteiro Diet (euconfeiteirodiet.blogspot.com.br), um troço que estava só na minha cabeça, mas sem forças para decolar.

Muita coisa mudou mesmo, nós mudamos, a tecnologia mudou, a sociedade mudou, as necessidades mudaram, o Brasil (ah, nosso querido Brasil) mudou... mas não muito

Mantenho a crença de que "o peixe morre pela boca", mais ainda essa semana que passou, em razão de uma experiência muito especial: estive internada 4 dias num ótimo hospital paulistano, e como não podia deixar de ser, observei o cardápio e a dinâmica do serviço de alimentação.

Todo meu respeito à equipe de nutrição, pois sei como é (ou pelo menos posso imaginar) ter que administrar gostos pessoais, orçamentos, exigências administrativas e sanitárias, as técnicas mesmas de nutrição e dietética, a questão cultural do pessoal de cozinha, a rotatividade, etc. mas não pude deixar de escrever para o SAC minha contribuição.

Saindo de lá, fui ao supermercado (hoje em dia já não vou tanto), e eureka! Está explicada a questão.

Verifique se esse é um fenômeno que também acontece com você: vou ao mercado e não consigo comprar quase nada... E isso já tem algum tempo. Já na feira, a gente tem a sensação, exceto pelos preços de produtos fora de época, de que poderia comprar tudo, e só não compra, porque no prazo de
7 dias, muita coisa pode se estragar sem que tenhamos tempo de preparar.

Voltando ao hospital, a história de oferecer lanchinhos rápidos nos intervalos das refeições principais (a melhor conduta do mundo), a reduzida quantidade de fibras em geral (cultura da farinha branca, do arroz polido, do "pão integral" com 90% de farinha refinada, da sobremesa geleificada, etc.), o
excesso de sal oferecido (além da comida, mais sachês extras de sal), o excesso de açúcar (suco de caixinha light, só para quem re-al-men-te precisa, quando podia ser pra todos, geléia doce toda hora, etc.), e as gorduras saturadas na forma de requeijão e manteiga, tudo isso me causou um certo espanto.

Espanto porque toda essa doutrina acabou me fazendo comer diferente. E espanto também porque, apesar de todo conhecimento em saúde e nutrição, percebi que nosso povo, de modo geral, avançou muito pouco no sentido de abraçar uma nova cultura alimentar.

Que venha 2016, com esperanças renovadas!

Tenham todos um Feliz Ano Novo.

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