sábado, 20 de outubro de 2007




Bio Fach - Sustentabilidade sustentável?

Essa semana tivemos a BioFach - feira de orgânicos no Transamérica. Estava pequena, representada por meia dúzias de players gigantes de olho num futuro distante, marcando presença com pequenas iniciativas, pequenas apostas, insignificantes frente ao negócio como um todo(vai que a moda pega) e mais outra meia dúzia de pequenos, evidentemente sem fôlego para esperar a moda pegar.
Voltei filosófica, a questão é que orgânicos são mais caros, mas será que valem mais? Segundo os mestres , todo valor é gerado pelo trabalho humano, mas só tem valor aquele trabalho absolutamente necessário para a produção dos bens, aquilo que é feito de forma ineficiente não vale mais por isso (isso é Marx, voltei filosófica mesmo!). Muitas vezes o produto orgânico é idêntico ao convencional, mas é sempre mais caro. Acho que Marx acharia ridículo essa coisa de sustentabilidade.
Por outro lado, ninguém gosta de pagar a conta daquilo que não usou e não foi responsável. Supondo que o consumo de alfaces com agrotóxico é responsável pela contaminação do lençol freático que por sua vez precisa de um tratamento caríssimo para fornecer água potável. Quem tem que pagar por esse tratamento é o comedor de alface ou o bebedor de água?
Eu quero que o comedor de alface pague! Mas isso implicaria que o valor do alface fosse o valor do trabalho utilizado na sua produção somado com uma "indenização" pelos danos ao meio ambiente. Como minha mãe ensinou que não sujar dá menos trabalho que limpar depois, acredito que os dois alfaces seriam mais caros que atualmente, mas dentre eles o orgânico seria mais barato. Marx diria que o modo de produção orgânica é mais eficiente e seríamos felizes para sempre.
O problema é saber se temos organização social suficiente para superar Adam Smith, para calcular o valor exato da "indenização" necessária em cada bem, para reavaliar o valor de todas as coisas existentes nesse mundo. Complicado! não? Engraçado é que se algo assim acontecesse, veríamos as previsões Marxistas mais pessimistas serem desacreditadas exatamente pela exacerbação do capitalismo, pela monetarização de cada partícula de sujeira lançada ao ar. Tudo precisa ter um preço!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fome Zero - Ma Che Fome?


Essa semana estava lendo um relatório de avaliação do estado nutricional do brasileiro, um estudo muito completo. Bonito de se ver.
O resumo é que no Brasil inteiro, inclusive nas regiões Norte e Nordeste, o percentual de pessoas abaixo do peso ideal é similar aos padrões indicados pela OMS como característicos de países desenvolvidos. Em algumas regiões o problema do baixo peso é mais grave no grupo com renda acima de 5 sal. mínimos que com renda abaixo de 0,5 salários mínimos.
Já o sobrepeso é um problema bem sério, atinge quase metade da população. A pesquisa indica o que todos já sabemos. Come-se açúcar demais, come-se gorduras demais. Quando o assunto é gordura saturada então...
Fora isso o relatório é um pouco curioso, porque quem lê fica com a impressão que o brasileiro é muito bem alimentado, só padece com a superalimentação. Entretanto basta conversar com uma nutricionista, um nutrólogo ou qualquer profissional da área de saúde que veremos que a realidade não é bem assim. O estudo investiga somente a ingestão de macro nutrientes, mas tem dúzias de doenças relacionadas com a alimentação, com incidências cada ano maiores, cujas causas ficam invisíveis no relatório.
É meio triste ver que o governo fez o auê que fez, (Lembra do fome zero?) em torno de um problema que não existia, depois promoveu uma linda pesquisa para provar que o problema não existe mesmo, enquanto isso... Cada dia a verba para o setor de saúde fica mais insuficiente para consertar aquilo que poderia ser consertado simplesmente com a promoção de uma alimentação mais saudável pra todos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

DROGA, DROGA, DROGA! NÃO SOU SPAMER!!!

Há dois meses, o yahoo colocou a gente na lista de spamers e o resultado foi que não posso nem responder a e-mails de clientes que usem o serviço do yahoo.
Fiquei muito triste porque EU ODEIO SPAM, e sempre tomei todos os cuidados para não ser chata. Só de pensar que eu estou sendo vista como uma spamer dá vontade de parar de escrever. Todo meu entusiasmo com o blog foi embora...
Mas assim é a vida e aqui estou eu novamente. Não dá pra desistir assim tão fácil, né!
Vou tentar fazer diferente, escrever com mais frequência e não postar vários textos ao mesmo tempo. Quanto ao news... Talvez ele tenha mesmo morrido. Talvez eu ache outro jeito. Sei lá.
Só sei que NÃO QUERO SER SPAMER!

Profissionais da comida

Muita gente ganha a vida fazendo comida para outros comerem, mas isto pode ser feito sob enfoques bem diferentes. São pelo menos três grandes grupos de profissionais: os de nutrição, de gastronomia e de por último tem um time meio desconhecido, o da engenharia de alimentos.
Os profissionais de nutrição sempre pensam em primeiro lugar nos efeitos da comida a longo prazo, ou seja, na saúde de quem come. A gastronomia é imediatista, dedica-se ao prazer de comer.
O terceiro time existe para fazer a comida durar. Saudável ou saborosa, isso depende de especificações que estão fora de nossa área principal de atuação, nossa especialidade é conseguir que o alimento seja como deve ser até o momento do consumo.
Poucos são os profissionais das duas áreas que conhecem o suficiente da outra para oferecerem aquilo que todo mundo precisa: comida saborosa e saudável.
Estes três grupos consumam estabelecer prioridades completamente diferentes, nem sempre nosso relacionamento é fácil...